A diferença média entre o preço do milho em Sorriso (MT) e no porto de Paranaguá (PR) caiu ao menor nível desde 2021, segundo a consultoria Datagro. Esse “diferencial”, que costuma seguir o custo do frete entre as duas regiões, está abaixo do valor médio do transporte desde o fim de 2023.
Sorriso é o maior município produtor de milho do Brasil e respondeu por 2,4% da safra nacional em 2023, conforme dados do IBGE, citados pela consultoria. Em 25 de março, o preço no município chegou a R$ 76,00 por saca, perto do recorde histórico de R$ 78,50 registrado em 2021 – ano em que o País enfrentou forte quebra de safra.
Normalmente, o preço do milho no interior do País é mais baixo que nos portos, já que é preciso considerar o custo do transporte até o litoral. Essa lógica prevaleceu entre o fim de 2021 e 2023.
Mas, desde o ano passado, esse padrão vem mudando: a demanda interna está forte, os estoques estão baixos e os preços nas regiões produtoras subiram com mais força do que nos portos.
Mesmo com valorizações também em Paranaguá, os aumentos no interior foram mais expressivos. Isso fez com que a diferença entre os preços das duas regiões diminuísse. Além disso, os preços dentro do Brasil são, em muitos casos, mais remuneradores do que os que seriam pagos na exportação –maior já registrada no Brasil.
Com o sistema logístico pressionado, transportar milho ficou mais caro, mas a diferença entre os preços não acompanhou essa alta. A Datagro prevê que os preços do milho, principalmente no Centro-Oeste, devem continuar em patamares altos até a chegada da segunda safra (safrinha), prevista para junho.